sexta-feira, 20 de novembro de 2009

TEXTO DE JOÃO UBALDO RIBEIRO

A decadentização da língua
João Ubaldo Ribeiro
Claro, todo mundo já ouviu dizer que línguas são como seres vivos, que mudam com o tempo e até morrem. É verdade e, se não fosse assim, ainda estaríamos falando latim. Nada, portanto, contra as mudanças na língua, contanto que sejam ditadas por uma razão mais ou menos respeitável, até mesmo pela famosa lei do menor esforço, quando não redunde em empobrecimento da capacidade de expressão. Mas acho que está havendo um certo exagero e, daqui a pouco, estaremos falando um dialeto primitivo de umas 300 palavras par pessoas cultas e umas 25 para a maioria.
Começa-se, é claro, com as chamadas “palavras-ônibus”. Servem para tudo e, em português, as mais comuns atualmente são “maravilha” e seus derivados, “super”, “parada” e “valeu”, que, com alguns acréscimos, podem constituir toda uma conversação.
- Eu super me dei bem naquela parada – diz o primeiro.
- Ah, aquilo sempre foi uma maravilha – responde o segundo.
- Ah, supervaleu! – despede-se o primeiro.
O “cujo”, coitado, restinho do genitivo que ainda sobrava por aqui, passou da categoria de pedante, entrou para a de pernóstico e, em breve, será arcaísmo. Ninguém mais diz “cujo”, só diz “que”. “A moça que eu vi o pai ontem” é o certo hoje em dia e quem disser “a moça cujo pai eu vi” corre o risco de não ser entendido. Sei que vai haver entre vocês quem não acredite e ou até compreende, embora esteja contatando a verdade. Outro dia eu disse um “cujo” numa entrevista e a entrevistadora me deu a impressão de que só entendeu depois de pensar em alguns laboriosos segundos.
Há também um movimento que cada vez aumenta mais, para abolir a preposição “a” no uso corrente. Ou seja, prestando atenção, você vai ouvir na televisão alguém dizendo “daqui dois dias” ou, bem pior, “igual eu” . Em compensação “neste ano” “nesta semana” por exemplo, que nunca foram correntes para dizer, “este ano” ou “esta semana” , agora são a única maneira certa de falar. “Neste ano, tu vai fazer igual eu, procurar uma parada diferente no carnaval, não é?
Os verbos vêm sofrendo bastante também. Por exemplo, poucos entre nós, tem visto alguma coisa recentemente. A maior parte de nós hoje visualiza, principalmente quando enxerga. Ver a gente volta e meia ainda vê, mas ninguém enxerga mais, só visualiza. Até a sinal a gente não prestas mais atenção, a gente nota a sinalização. Ninguém chama a atenção para nada, sinaliza e nós vemos a sinalização, não o sinal. O verbo “pegar”, não sei bem por quê ( tem acento aí nessa quê, garanto a vocês – de vez em quando me comem um circunflexo), virou abundante e o certo, que era errado, é cada vez mais “pego” e outro dia um motorista de táxi se embasbacou porque eu sou da Academia e disse “pegado” a ele. E novamente garanto que não estou mentindo: já ouvi “eu tinha falo”, em vez de “falado”, o que talvez não cole porque fica chato tanto para homem quanto para mulher dizer isso, considerando que “falo” é substantivo e tem muito pouco a ver com a fala.
Os timbres também são amalucados. A droga “ecstasy” é para ser pronunciada com “e” aberto, pelo menos enquanto não for naturalizada, mas aqui virou uma maneira exótica de pronunciar “êxtase”. Isso, aliás, é comum, na incorporação de palavras dce nossa língua-mãe, ou seja, o inglês. Quando o “volley” (“vóli”, às vezes quase “válhi”) se naturalizou, virou “vôlei”. Até aí, tudo bem, naturalização é naturalização, mas por que “doping”, além de receber frequentemente dois pp, é “dópingue”? (Aliás, isto me traz à cabeça algo que tem pouco a ver com o que escrevo agora: por que a gente se irrita tanto quando inglês ou americano escreve Brasil com z? Em inglês é com z, assim como América aqui é com acento, França é com cedilha e “a” no fim e Alemanha é bastante diferente de Deutschland. Deve ser nosso combativo nacionalismo de araque). Outra mudança de timbre que me chateia é a de “obsoleto”. Não é conhecimento secrêto que o corrêto – e não é preciso ser discrêto quanto a isso – é “obsoleto”, mas escuto gritos de “olha o baiano” sempre que pronuncio certo. Tenho vontade de acertar um “dirêto” no cara.
“Loira”, que era variante, agora está ficando padrão. Ninguém, que eu tenha escutado, diz que um sujeito é “loiro” e eu acho que até pega mal em certas mesas de boteco, mas só se escreve “loira” agora. Outras palavras não estão tendo formas destronadas, estão sendo expulsas da língua, como os bons e velhos verbos “pôr” e “botar”. Acho que até em Itaparica galinha já está colocando ovo, em vez de botar. Colocando, imaginou eu, é mais elegante. Da mesma forma, “penalizar”, um verbo antes tão expressivo, botou para fora “punir” (não sem uma certa relação com o que acontece na sociedade) e “prejudicar”. Ninguém prejudica mais, só penaliza, que tem a vantagem adicional de terminar em “izar”.
A linguagem informática também traz suas pesadas contribuições. Por que diabo “salvar”, que não quer dizer nem “guardar”, nem “gravar” nem nenhum sinônimo destes, é usado, quando temos palavras perfeitamente adequadas? Por que “malévolo”, “mal-intencionado” ou “maldoso” é “malicioso”? Por que “corporate”, até fora da linguagem informática, é “corporativo”? Por que um determinado sistema não “suporta” outro, como se detestassem?
Finalmente, adeus para “existir” e “haver”. Agora só se diz “você tem”. “Você tem uma área chamada Amazônia. Muito bem, que é que você tem lá? Você tem uma floresta que precisa ser preservada. E aí você tem que caminhos?”. Eu não sei, só sei que nós tínhamos uma língua própria antigamente.
(Publicado originalmente em O Estado de São Paulo, 22.04.2007, página D3)

ATIVIDADES DESENVOLVIDAS PELA PROFª LINEI

Profª Linei
Primeira atividade: Atividade de complementação de um texto destinada a alunos de 6ª série.
Dado o texto, os alunos deverão completar o mesmo, produzindo seu meio ou desenvolvimento.
Lenda da praia dos lençóis
Conta-se que, nas noites de São João, lá na Praia dos Lençóis, aparece o fantasma de D.Sebastião (que foi rei de Portugal), transformado em um touro negro que solta faíscas douradas pelas narinas, tem os cabelos dourados e uma enorme estrela na testa.


Quando isso acontecer, o rico palácio do rei D. Sebastião virá para a superfície, provocando um grande maremoto, que fará desaparecer a ilha de São Luís.



Segunda tarefa: confecção de um jornalzinho em sala de aula
Objetivos:Desenvolver o senso de criação e organização no aluno bem como aperfeiçoar sua capacidade de produzir textos.
Público alvo:26 alunos de 7ª série.
Metodologia:Os alunos foram divididos em grupos, sendo destinado a cada grupo um assunto como: culinária notícias da escola, poesia, humor e outros.
No final,os alunos juntaram os assuntos,digitaram,imprimiram e tiramos cópias que foram distribuídas na escola.

Esse trabalho foi muito proveitoso pois minha tarefa foi apenas de coordenar as atividades que os alunos desenvolveram demonstrando grande interesse
e prazer o que resultou num trabalho apreciado por toda a escola.

Terceira tarefa: Atividade com o texto Cidadezinha Qualquer de Carlos Drummond de Andrade
Questões
1-Fazer a reescritura do texto Cidadezinha Qualquer acrescentando elementos da nossa comunidade ao texto.
2-Responder se a cidadezinha do texto é rural ou urbana e justificar a resposta.
3-Dizer que outro nome poderia ser dado à cidadezinha.
4-Explicar o que entendes por as janelas olham.
5-Explicar se existe alguma semelhança entre a cidadezinha do poema e o local onde moras.
6-Responder, em poucas palavras, como seria o lugar onde gostarias de morar.

O texto é interessante, pois favorece o trabalho da língua em seus aspectos gramaticais e semânticos.

TRABALHO FEITO NA OFICINA 12

OFICINA 12 PROFESSORES TRABALHANDO...

TRABALHOS REALIZADOS PELOS PROFESSORES DO GESTAR II

PROFº: LEONARDO SOLDERA

O amor

O amor é a coisa mais bela

É como a chuva na primavera

Como a noite de luar

Como a beleza que temos a aproveitar

O amor é saudade

Como a grande vontade

De amar sem ter tristeza

De olhar a natureza

De chegar a ter certeza

De amar a natureza

Lucas Pereira Dutra

Aluno da 7º série – Escola Soares de Paiva (Município de São José do Norte- RS)

Professor : Leonardo Anchieta Soldera

TP – 5 atividade

Com o objetivo dos educandos trabalhar a organização e coerência textual foi dado dois poemas denominados “ A pesca de Afonso Romano de Santana e o poema “ Show “produzido por um aluno do ensino fundamental, ambos os poemas em seus versos continham elementos que marcavam uma etapa dos acontecimentos(a pescaria no poema “A pesca e o “show”).Logo, os educando tiveram como tarefa perceber a sequência lógica dos acontecimentos e identificar os aspectos que tornavam os poemas parecidos em sua estrutura.

TP – 5

ATIVIDADE 5

Após comentário do professor sobre as influências do aquecimento global no clima e na vida planetária foi fornecido para os educandos um texto em forma de quadro , incluindo imagens e dados estatísticos sobre o aumento da temperatura no planeta ,para que servisse de subsídios para que os alunos pudessem tecer um texto próprio sobre o assunto.

Tp – 5

Análise do poema “ Nave Terra “de Rita Lee / Roberto de Carvalho

Nave terra

Nave terra , cheia de natureza

O sol é convosco

Bendita sois vós entre os planetas

E bendito é o fruto

De vossa semente , vida

Santa terra, mãe dos humanos

Providenciai por nós , mortais

Agora e na hora da nossa sorte

Amém

Passos da atividade :

Após a leitura e comentário sobre o poema, o professor lança a seguinte pergunta : -Que oração cristã pode ser associado o poema ?

Perguntas sobre a interpretação do poema

Estabelecimento entre as relações de sentido que permitem aceitar como coerente a afirmação de que a terra é a mãe dos humanos assim como a figura de Maria no mundo cristão.

4º Produção textual utilizando como tema a conscientização ambiental

GESTAR II
Professora: Léa Costa
Escola: E.M.E.Fundamental João de Deus Collares
Relatórios dos TPs 4,5 e 6
TP4
Avançando na prática da página 133
Apesar de vivermos na era digital em que o diário virou “blog”, achei bastante interessante a atividade pois naturalmente os alunos têm a tendência de enumerar todas as atividades realizadas na forma oral, por isto mesmo quando propus a mesma eles aderiram rapidamente, após um bom número de apontamentos sugeri a leitura de uma ou mais páginas conforme a disposição dos alunos; por tratar-se de informações pessoais não quis e nem deveria obrigá-los a revelar mais do que gostariam.
As temáticas dos relatos foram as mais variadas desde ida aos cultos, passando por descrições de festas, “ficadas” e afins.

TP5
Avançando na prática da página 162
Achei boa a atividade, já havia trabalhado com texto coletivo, mas infelizmente a ideia de coesão perdeu-se.
O título que sugeri foi “Uma história surpreendente”.
Após os devidos esclarecimentos de como funcionaria a dinâmica cada aluno se empenhou ao máximo para ser o mais criativo possível. Ao “elaborar” efetivamente cada história expliquei aos mesmos a importância do uso dos nexos coesivos. Surgiram de fato muitas histórias surpreendentes.

TP6
Avançando na prática da página 39
Como já trabalhei com textos publicitários , só que com Ensino Médio, achei bom fazer o mesmo agora no Ensino Fundamental.
Os alunos foram bem perspicazes na avaliação dos textos apresentados.
Para a feitura dos textos argumentativos apresentei a eles recortes diversos: de roupas, de jóias, de carros, de motos , etc...
A partir daí, ainda em grupo, propus a eles que criassem seus textos publicitários, chamando a atenção dos mesmos para o uso da linguagem apelativa, do verbo no imperativo, dos pontos de exclamação e das figuras de linguagem com ênfase no uso da metáfora.

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

"Como Vencer a Pobreza e a desigualdade"

REDAÇÃO DE ESTUDANTE CARIOCA VENCE CONCURSO DA UNESCO COM 50.000 PARTICIPANTES

Imperdível para amantes da língua portuguesa, e claro também para Professores. Isso é o que eu chamo de jeito mágico de juntar palavras simples para formar belas frases. REDAÇÃO DE ESTUDANTE CARIOCA VENCE CONCURSO DA UNESCO COM 50.000 PARTICIPANTES

Tema:'Como vencer a pobreza e a desigualdade'
Por Clarice Zeitel Vianna Silva
UFRJ - Universidade Federal do Rio de Janeiro - Rio de Janeiro - RJ


'PÁTRIA MADRASTA VIL'
Onde já se viu tanto excesso de falta? Abundância de inexistência. .. Exagero de escassez... Contraditórios? ? Então aí está! O novo nome do nosso país! Não pode haver sinônimo melhor para BRASIL.
Porque o Brasil nada mais é do que o excesso de falta de caráter, a abundância de inexistência de solidariedade, o exagero de escassez de responsabilidade.
O Brasil nada mais é do que uma combinação mal engendrada - e friamente sistematizada - de contradições.
Há quem diga que 'dos filhos deste solo és mãe gentil.', mas eu digo que não é gentil e, muito menos, mãe. Pela definição que eu conheço de MÃE, o Brasil está mais para madrasta vil.
A minha mãe não 'tapa o sol com a peneira'. Não me daria, por exemplo, um lugar na universidade sem ter-me dado uma bela formação básica.
E mesmo há 200 anos atrás não me aboliria da escravidão se soubesse que me restaria a liberdade apenas para morrer de fome. Porque a minha mãe não iria querer me enganar, iludir. Ela me daria um verdadeiro Pacote que fosse efetivo na resolução do problema, e que contivesse educação + liberdade + igualdade. Ela sabe que de nada me adianta ter educação pela metade, ou tê-la aprisionada pela falta de oportunidade, pela falta de escolha, acorrentada pela minha voz-nada-ativa. A minha mãe sabe que eu só vou crescer se a minha educação gerar liberdade e esta, por fim, igualdade. Uma segue a outra... Sem nenhuma contradição!
É disso que o Brasil precisa: mudanças estruturais, revolucionárias, que quebrem esse sistema-esquema social montado; mudanças que não sejam hipócritas, mudanças que transformem!
A mudança que nada muda é só mais uma contradição. Os governantes (às vezes) dão uns peixinhos, mas não ensinam a pescar. E a educação libertadora entra aí. O povo está tão paralisado pela ignorância que não sabe a que tem direito. Não aprendeu o que é ser cidadão.
Porém, ainda nos falta um fator fundamental para o alcance da igualdade: nossa participação efetiva; as mudanças dentro do corpo burocrático do Estado não modificam a estrutura. As classes média e alta - tão confortavelmente situadas na pirâmide social - terão que fazer mais do que reclamar (o que só serve mesmo para aliviar nossa culpa)... Mas estão elas preparadas para isso?
Eu acredito profundamente que só uma revolução estrutural, feita de dentro pra fora e que não exclua nada nem ninguém de seus efeitos, possa acabar com a pobreza e desigualdade no Brasil.
Afinal, de que serve um governo que não administra? De que serve uma mãe que não afaga? E, finalmente, de que serve um Homem que não se posiciona?
Talvez o sentido de nossa própria existência esteja ligado, justamente, a um posicionamento perante o mundo como um todo. Sem egoísmo. Cada um por todos.
Algumas perguntas, quando auto-indagadas, se tornam elucidativas. Pergunte-se: quero ser pobre no Brasil? Filho de uma mãe gentil ou de uma madrasta vil? Ser tratado como cidadão ou excluído? Como gente... Ou como bicho?